O SACRO IMPÉRIO ROMANO-GERMÂNICO

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O Sacro Império Romano-Germânico, ou o Santo Império Romano da Nação Germânica (em alemão Heiliges Römisches Reich Deutscher Nation, em latim Sacrum Romanorum Imperium Nationis Germanicæ) foi um reagrupamento político das terras da Europa ocidental e central na Idade Média, atacado e dissolvido em 1806 por Napoleão Bonaparte. O adjetivo sacro aparece somente no reino de Frederico Barbarossa - atestado em 1157.

Foi o herdeiro do Império do Ocidente dos Carolíngios, que desapareceu em 924. Tinha como objetivo restaurar o império romano, o que justifica o termo romano no seu nome. No entanto, Henrique II gravará no seu selo: Renovatio Regni Francorum ("Renovação do Reino dos Francos"). E o império, em seu todo, é chamado Imperium Teutonicorum ("Império Teutônico").

O império surge com o coroamento imperial de Oton I da Germânia em 2 de fevereiro de 962.

Oton I, o Grande (23 de novembro do ano de 912 - Memleben, 07 de maio do ano de 973), filho de Henrique I, o Passarinheiro, rei dos Germanos, e de Matilde de Ringelheim, foi Duque da Saxônia.

Com a morte do pai foi coroado rei dos German
os em Aix-La-Chapelle (936), segundo a tradição carolíngia.

Em 955, em Lechefeld na Alemanha, Oton I comandou os exércitos germânicos que derrotaram completamente os húngaros, povo de origem eurasiana (semi-nômade), que vinha espalhando terror na Europa ocidental.

Foi, provavelmente, o primeiro Sacro Imperador Romano coroado pelo Papa João XII no ano de 962. (Embora Carlos Magno tenha sido coroado imperador em 800, o seu império desagregou-se devido às disputas entre os seus descendentes pela sucessão, e depois do assassínio de Berengar de Friuli em 924, o trono imperial permaneceu vazio durante quase quarenta anos.)

Em 982, Oton II, seu filho, toma o título de Imperator Romanorum ("Imperador dos Romanos").

Henrique II é sagrado Rex Romanorum ("Rei dos Romanos") em 1014. No século XII fala-se do Sacro Império, que se torna em 1254 Sacro-Império Romano, para terminar na sua forma final no final do século XV.


Coroa Imperial de Oton II (Reichskrone)


Oton II (955 - 07 de dezembro do ano de 983, Roma) foi o terceiro governante germânico da Dinastia Otoniana, da Casa de Saxônia.

Otão II foi nomeado rei co-regente de Itália e Germânia, com o seu pai, Oton I, do Sacro Império Romano-Germânico em 961 e tornou-se co-imperador em 967.

Casou-se com Téofana, filha do Imperador Romano II do Império Romano do Oriente, em 14 de abril do ano de 972. Depois da morte de seu pai, em 973, foi aceito como imperador do Sacro Império Romano sem qualquer oposição.

Oton II prosseguiu a política do seu pai no sentido de fortalecer o domínio imperial na Germânia, além de a estender de forma mais profunda na península itálica.

Henrique II, Duque da Baviera, revoltou-se em 974, conseguindo-se a paz apenas em 978. No ano seguinte, Oton II recebeu a submissão da Boêmia e da Polônia. Nesse mesmo ano, Lotário de França invadiu a Lorena, a que Oton II resignará mais tarde, em 980.

Com os territórios da Alemanha assegurados, Oton II decidiu invadir Itália, mas seria expulso pelos árabes em 982.



Oton II



No verão seguinte, convocou uma Dieta em Verona para confirmar o seu filho, Oton III, como rei da Germânia.

Morreu mais tarde nesse ano, durante uma campanha a Veneza. Enquanto permanecia na Itália, uma invasão eslava empurrou os alemães para oeste do rio Elba, ainda que o domínio sobre o território estivesse bem assente, na data
da sua morte.

Oton III (Kassel, 23 de janeiro do ano de 980 - Civita Castellana, 23 de janeiro do ano de 1002), foi rei da Alemanha de 983 até 1002 e imperador do Sacro Império Romano-Germânico de 996 até 1002.

Filho de Oton II, foi eleito rei em Verona aos três anos, dias após a morte de seu pai.



Oton III



O Sacro Imperador Romano era, como regra geral, o soberano do Sacro Império Romano-Germânico, antecessor de diversos países, quase todos na Europa Central.

Subsistiu do século X até o seu colapso em 1806.

Considera-se que o título imperial passou dos romanos para o Reino Franco quando, em 800 d.C., o Papa Leão III coroou o rei dos francos, Carlos Magno, imperador em troca de proteção à igreja.

Após a divisão do Reino Franco em três partes pelo tratado de Verdun, de 843, o título ficou vinculado, em princípio, ao reino central lotaríngio, mas terminou por passar para o do leste quando Oton I, o Grande, Duque dos Saxões, rei Franco Oriental, foi coroado Imperador em 962.

A transferência do título foi justificada pela teoria política medieval da translatio imperii.

Carlos Magno (02 de abril de 747 - 28 de janeiro de 814) ou Carlos, o Grande, em alemão Karl der Große, em francês Charlemagne, em latim Carolus Magnus, que deu origem ao adjectivo 'Carolíngio'), foi sucessivamente rei dos Francos (de 771 a 814), rei dos Lombardos (a partir de 774), e ainda o primeiro Imperador do Sacro Império Romanos (coroado em 25 de dezembro do ano 800), restaurando assim o antigo Império Romano do Ocidente.

De início, o imperador se auto intitulava Imperator Augustus, empregando títulos do antigo Império Romano.

O título "Sacro Imperador Romano", bem como o nome do Sacro Império Romano, surgiu apenas nos séculos seguintes (e os historiadores acrescentam a qualificação "-Germânico" ao título e ao império, acusando o caráter eminentemente alemão da entidade política e do território que esta controlava).

O imperador era escolhido por um grupo de príncipes, posteriormente conhecidos como eleitores, mas, até a sua coroação pelo Papa em Roma, ostentava apenas o título de Rei dos Romanos (rex romanorum).

Ao receber a coroa imperial, o Imperador mantinha o título de rei (título este com funções dadas pelo direito feudal).

A partir de 1508, dispensou-se a obrigação da coroação pelo Papa para que o eleito pudesse envergar o título imperial (ou, formalmente, de "imperador-eleito").

O título de imperador tinha conotações religiosas, o que sugeria uma obrigação de proteger a Igreja (o próprio Carlos Magno se arrogava a suprema chefia da Igreja, recebida com o título imperial).

O imperador também era ordenado como sub-diácono, o que excluía não-católicos e mulheres do trono. A relação precisa entre as funções temporal e religiosa do título nunca ficou muito clara e causou conflitos sérios entre os duques germânicos e o Papa, como, por exemplo, na "Questão das Investiduras", no século XI.



Estátua de Carlos Magno em Frankfurt



A seleção do rei/imperador era influenciada por diversos fatores.

Como o título era formalmente eletivo, a sucessão era hereditária apenas até um certo ponto, embora costumasse ocorrer dentro de uma mesma dinastia até que se esgotassem os sucessores.

O processo exigia que o candidato fizesse concessões aos eleitores, o que contribuía para o declínio do poder central (do imperador) em favor dos príncipes territoriais do Império.

O colégio dos eleitores foi fixado em sete pela Bula Dourada em 1356; em 1623, durante a Guerra dos Trinta Anos, acrescentaram-se outros eleitores.

Após 1438, o título permaneceu nas mãos da Casa de Habsburgo, com a breve exceção de Carlos VII, da Casa de Wittelsbach.

O título foi finalmente abolido em 1806.


Curiosidade:




Autógrafo de Carlos Magno


Fonte: Wikipédia (2008)

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