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A imigração italiana no Brasil teve como ápice o período entre 1880 e 1930 e, segundo dados da Embaixada Italiana no Brasil, cerca de 25 milhões de brasileiros são descendentes de imigrantes italianos. Os ítalo-brasileiros estão espalhados principalmente pelos estados do Sul e do Sudeste do Brasil, quase metade no estado de São Paulo. Assim, os ítalo-brasileiros são considerados a maior população de oriundi (descendentes de italianos fora da Itália).
A imigração italiana no Brasil foi intensa, tendo como ápice a faixa de tempo entre os anos de 1880 e 1930. A maior parte dela se concentrou na região do estado de São Paulo.
Os italianos começaram a imigrar em número significativo para o Brasil a partir da década de 1870. Foram impulsionados pelas transformações sócio-econômicas em curso no Norte da Península Itálica, que afetaram sobretudo a propriedade da terra. Um aspecto peculiar à imigração em massa italiana é que ela começou a ocorrer pouco após a unificação da Itália (1871), razão pela qual uma identidade nacional desses imigrantes se forjou, em grande medida, no Brasil.
O século XIX foi marcado por uma intensa expulsão demográfica na Europa. O alto crescimento da população, ao lado do acelerado processo de industrialização, afetaram diretamente as oportunidades de emprego naquele continente. Estima-se que, entre 1870 e 1970, em torno de 28 milhões de italianos emigraram (aproximadamente a metade da população da Itália). Entre os destinos principais estavam diversos países da Europa, América do Norte e América do Sul.
Para compreender a imigração italiana no Brasil, é necessário analisar os aspectos do País no século XIX. A nação brasileira estava passando por um período de fermentação das idéias abolicionistas. Membros do Partido Liberal e Conservador defendiam a libertação dos escravos, também defendida por intelectuais e jornalistas da época. A Lei Eusébio de Queirós (1850), marcou o início do processo de abolição, proibindo o tráfico negreiro. A partir deste momento, começa a surgir falta de mão-de-obra nas zonas caffeiras, limitadamente resolvida com a importação de escravos da Região Nordeste. É notório, porém, que a vinda desses cativos foi provisória pois, rapidamente, seu número se tornou escasso.
Ao mesmo tempo, surge no Oeste Paulista um grupo de fazendeiros de origem burguesa que defende o uso da mão-de-obra livre nas plantações de café, se opositando aqueles do Vale do Paraíba, historicamente escravagistas. Novas leis, como a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885) anunciavam o fim próximo da escravidão.
A imigração italiana no Brasil foi intensa, tendo como ápice a faixa de tempo entre os anos de 1880 e 1930. A maior parte dela se concentrou na região do estado de São Paulo.
Os italianos começaram a imigrar em número significativo para o Brasil a partir da década de 1870. Foram impulsionados pelas transformações sócio-econômicas em curso no Norte da Península Itálica, que afetaram sobretudo a propriedade da terra. Um aspecto peculiar à imigração em massa italiana é que ela começou a ocorrer pouco após a unificação da Itália (1871), razão pela qual uma identidade nacional desses imigrantes se forjou, em grande medida, no Brasil.
O século XIX foi marcado por uma intensa expulsão demográfica na Europa. O alto crescimento da população, ao lado do acelerado processo de industrialização, afetaram diretamente as oportunidades de emprego naquele continente. Estima-se que, entre 1870 e 1970, em torno de 28 milhões de italianos emigraram (aproximadamente a metade da população da Itália). Entre os destinos principais estavam diversos países da Europa, América do Norte e América do Sul.
Para compreender a imigração italiana no Brasil, é necessário analisar os aspectos do País no século XIX. A nação brasileira estava passando por um período de fermentação das idéias abolicionistas. Membros do Partido Liberal e Conservador defendiam a libertação dos escravos, também defendida por intelectuais e jornalistas da época. A Lei Eusébio de Queirós (1850), marcou o início do processo de abolição, proibindo o tráfico negreiro. A partir deste momento, começa a surgir falta de mão-de-obra nas zonas caffeiras, limitadamente resolvida com a importação de escravos da Região Nordeste. É notório, porém, que a vinda desses cativos foi provisória pois, rapidamente, seu número se tornou escasso.
Ao mesmo tempo, surge no Oeste Paulista um grupo de fazendeiros de origem burguesa que defende o uso da mão-de-obra livre nas plantações de café, se opositando aqueles do Vale do Paraíba, historicamente escravagistas. Novas leis, como a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885) anunciavam o fim próximo da escravidão.
Enquanto isso, a Itália passava pelas guerras pela Unificação Italiana. Após o fim destas, a economia italiana se encontrava debilitada, associada a problemas de alta taxa demográfica e desempregos. Os estados Unidos (maior receptor de imigrantes) passaram a criar barreiras para a entrada de estrangeiros. Tais fatores levaram, a partir da década de 1870, ao início da maciça imigração de italianos para o Brasil.
As principais causas para a imigração segundo Bridi (2007, p. 205), "após a unificação, a Itália passou por um período de caos, de derrotas nas políticas externas, caos econômico (desemprego e inflação), político (ausência de lideranças legislativas, radicalismos) e baixa credibilidade do governo".
Ainda segundo o autor (2007, p. 205), "os agricultores miseráveis eram explorados econômica e socialmente pela classe dominante. Não possuima casa própria e nem terras. Moravam amontoados em uma pequena casa alugada do proprietários da terra, os avós, pais, filhos, noras e netos".
Outras características que aceleraram esse processo de imigração também foram as epidemias como a malária, a pelegra e a coléra, que dizimava a população e que matava cerca de 500.000 pessoas por ano. Assim tanto as epidemias, como a fome, o desemprego, a miséria e o analfabetismo compunham um cenário que contribuía para a fuga dos problemas que os afligiam (BRIDI, 2007).
Assim, no período compreendido entre 1815-1914, a população européia que durante séculos mantivera baixas taxas de crescimento demográfico, passou de 180 para 450 milhões de habitantes. Cerca de 40 milhões de pessoas deixaram neste período seus lares, optando pela vida em outros continentes (85% rumou para as Américas).
Segundo Vittoria (apud BRIDI, 2007, p. 207), os fatores gerais que incidiram nas flutuações migratórias, a partir da metade do século XIX foram:
- O desajuste entre a demanda de braços e excedentes demográficos. A expansão industrial e comercial revelou uma lenta capacidade de absorção ante a crescente oferta de mão-de-obra, resultante da conjuntura demográfica, produzida pelo descenso da mortalidade e por imigrações procedentes das áreas rurais.
- Pressão demográfica: a porcentagem de crescimento natural mantém certa correlação com a taxa de emigração.
- Flutuação dos ciclos econômicos e das colheitas: a atração migratória graqvita mais que o fator proveniente das crises européias da segunda metade do século XIX. As perturbações agrícolas derivadas de variações nas colheitas, com as crises alimentícias, incidem decisivamente sobre os deslocamentos.
- Desenvolvimento industrial e comercial: o desemprego provocado pela diminuição das indústrias artesanais e de trabalhadores a domicílio afetou um amplo setor de mão de obra e se agravou na medida em que apareceu a desocupação cíclica.
- Condições da exportação agrícola: a defeituosa distribuição da propriedade da terra, agravada por um freqüente absenteísmo e por exorbitantes impostos rurais, foram fatores permanentes que empurraram os desamparados e prolíficos campesinos italianos.
- Condições da travessia e da internação: as trocas introduzidas na navegação - número, toneladas e velocidade dos navios - favoreceram os deslocamentos transoceânicos, assim como o barateamento das tarifas.
- Analogias culturais: o estabelecimento de vínculos culturais, afetivos e sociais, em relação à comunidade de origem, condiciona a direção dos deslocamentos.
- Fatores Ocidentais: certos fatores eventuais podem adquirir uma primordial importância. Terremotos ou epidemias, alterações políticas internas, incompatibilidades religiosas, dívida com a justiça e o serviço militar, propaganda e promoção interessadas de agentes e companhias marítimas.
- Fatores negativos que desde os países receptores obstaram a radicação: os modos de exportação e tendência frearam o acesso à terra de baixo preço. As variações econômicas que sucedem até o fim do século, parecem responder a certas contradições geográficas e econômicas: desenvolvimento industrial ao norte e estruturas arcaicas nas zonas agrárias do sul. A precariedade do desenvolvimento econômico italianos anunciava a situação, que culminou com a crise bancária de 1893/1894: resultado de um imprudente abuso de crédito.
Assim, a Itália, entre 1888 e 1893, passa pelos anos mais críticos de sua economia. Nas regiões setentrionais se reproduzem as situações típicas das primeiras fases da expansão industrial: desocupação cíclica, diminuição dos salários, etc. Dentro do marco histórico o processo imigratório italiano reflete as modalidades de desenvolvimento que prevalecem na península.
A emigração italiana, assim como a alemã. foi provocada por fatores eminetemente econômicos. Embora, a base das duas tenha sido semelhante, com alterações da economia que impossibilitaram a subsistência do pequeno proprietário, o processo que resultou na emigração diferiu nos dois países.
Entre as semelhanças, entretanto, convém destacar duas: a primeira, comum a toda a Europa, foi o grande crescimento demográfico, experimentado entre 1815 e 1914, que fez com que, nesse período, a população do velho continente saltasse de 180 para 450 milhões de habitantes, o que provocou a emigração para outros continentes de 40 milhões de pessoas - 85% das quais para as Américas. A segunda foi o processo de unificação, que em ambos os países foi tardia: em 1870 na Itália, em 1871 na Alemanha.
Mas a Itália de 1870 - época em que começa a emigração maciça - apresentava suas peculiaridades. Ainda na década de 60, antes de concluída a unificação, a supressão das alfândegas regionais, a oferta de produtos industriais a preços reduzidos e o desenvolvimento das comunicações haviam destruído a produção artesanal, atingindo os pequenos agricultores - que complementavam a sua renda com o trabalho em indústrias artesanais existentes no campo.
A unificação alfandegária - que impôs a toda a Itália o sistema alfandegário da Sardenha, que tinha as taxas mais baixas - fez com que as economias regionais, que até então, mais ou menos fechadas, conseguiam manter um certo equilíbrio, sofressem um violento baque. Também a disparidade econômica do Norte - que se industrializou mais cedo - e do sul (mais agrícola) agravou o quadro econômico do país.
Preocupado em obter recursos para a realização de obras públicas, como ferrovias, o governo italiano tomava medidas impopulares, como o imposto sobre a farinha, que atingia duramente os pobres. Nas décadas de 70 e 80 várias decisões dessa ordem aumentariam os problemas.
Exemplo disto foi a de controlar a entrada dos cereais vindos das Américas, que eram vendidos mais barato do que os produzidos localmente. Essa medida beneficiava apenas os grandes produtores, que vendiam o produto, já que os pequenos produziam apenas para seu uso. Mas, ao mesmo tempo, prejudicava toda a população, que era obrigada a comprar farinha por um preço mais caro.
Também a indústria vinícola foi atingida por medidas desse tipo. O governo italiano resolveu unilateralmente decretar uma taxa alfandegária sobre a entrada de produtos. A França, como resposta, tomou atitude semelhante: decretou uma taxa para produtos italianos. Com isto, a exportação de vinho da Itália para a França caiu de 300 milhões de litros em 1887 para 1,9 milhão em 1890.
A situação, do ponto de vista do pequeno agricultor, era caótica. A pequena indústria artesanal, que complementava a sua renda, tinha sido destruída. Os impostos estavam elevados. Os minifúndios eram cada vez menores e a solução era apelar para a passarinhada - caçar passarinhos se tornou a única alternativa para ingerir proteínas de origem animal. Aumentou também o consumo de pratos à base de milho, como a polenta.
Com uma dieta alimentar desquilibrada, os camponeses se tornaram subnutridos e fracos, e começaram a sentir o peso da visitante que sempre acompanha a miséria: a doeça. Cresceu o número de casos de malária e de pelagra (avitaminose causada pelo consumo quase que exclusivo de milho. A alternativa foi emigrar.
(Fonte: RS Virtual).
1 Comentário:
Olá Valentini, parabéns pelo blog, gostaria apenas de add que o link do Familia Spillari não é mais aquele e sim http://familiaspillari.blogspot.com.br/
Abraço
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