O FIM DO IMPÉRIO ÁUSTRO-HÚNGARO

3:53 PM


BRASÃO DOS HABSBURGO



Ainda em 1916, a situação de abastecimento no império dos Habsburgo tornara-se catastrófica.

Apesar de todas as medidas para a produção agrária de emergência, o governo não conseguiu impedir que a subnutrição e as enfermidades aumentassem cada vez mais entre a população civil. Ao lado das rebeliões por motivo econômico, também as tensões por razões políticas ou nacionalistas tornaram-se freqüentes.

No dia 21 de outubro de 1916, o primeiro-ministro conservador Karl von Stürgkh foi assassinado pelo filho de Viktor Adler, o chefe dos social-democratas austríacos.

No mesmo ano, morreu o imperador Francisco José, que personificava a tradicional monarquia austro-húngara.

Ele havia reinado durante mais de 60 anos, mantendo o controle sobre as ações governamentais.

Seu sucessor foi o sobrinho Carlos I, a respeito de quem o primeiro-ministro de então tinha uma opinião arrasadora: "O imperador Carlos I tem 30 anos de idade, uma aparência de 20, e fala como uma criança de 10 anos." Jovem, inexperiente e avesso a reformas, Carlos I não conseguiu impedir a desagregação do seu império.

A partir de 1918 começaram a surgir greves e rebeliões em todas as partes do país. Foram registradas deserções em massa, principalmente entre os integrantes das minorias nacionais.



Manifesto da reforma chega tarde demais


Em outubro de 1918, foi formado em Zagreb (Croácia) um Conselho Nacional Sul-Eslavo, que logo anunciou a unificação dos territórios sul-eslavos com a Sérvia e Montenegro.

Em Viena, constituiu-se uma Assembléia Nacional provisória para a "Áustria alemã" e, em Praga, foi proclamado o Estado tchecoslovaco.

Em 16 de outubro, Carlos I ainda tentou impedir uma desintegração do seu império, através da publicação de um manifesto de reforma. Mas já era tarde demais – a autonomia sob a coroa vienense já não era mais uma opção aceitável para as províncias.

Depois do fracasso da última ofensiva militar em Piave, na Itália, a monarquia austro-húngara estava à beira da derrocada.

Em fins de outubro começaram as negociações sobre um cessar-fogo. As condições impostas pela entente eram praticamente as de uma capitulação: "Retirada do Tirol até o Passo de Brennero e do Vale do Puster até Toblach, retirada do planalto norte-italiano, da Ístria incluindo Trieste, da Dalmácia e todas as ilhas no Mar Adriático, liberdade de ação para as tropas aliadas em território austríaco, desarmamento de vinte divisões, entrega dos equipamentos bélicos da metade da artilharia".

Após longa hesitação e por falta de alternativa, a delegação austríaca assinou o tratado de cessar-fogo em 3 de novembro de 1918. Com ele ficou selada a desagregação definitiva do tradicional Império do Danúbio.

No dia 11 de novembro de 1918, o Imperador austríaco Carlos I renunciou ao trono, encerrando a dinastia de mais de 600 anos da família
Habsburgo, que teve ramificações até na América espanhola e no Brasil.

O Estado criado pelos Habsburgo no sudeste da Europa ao longo dos séculos, desintegrou-se definitivamente no final da Primeira Guerra Mundial.

No dia 3 de novembro de 1918, foi assinado o acordo de cessar-fogo que acabaria selando o fim do Império Austro-Húngaro.



(Fonte: Família Embracher)

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