A IMIGRAÇÃO ITALIANA II

4:02 PM




Com a unificação italiana em 1871, a emigração tornou-se um fenômeno social na Itália.
Entre 1871 e 1875, 126.395 italianos emigraram. No início da década de 1880 a saída de italianos já alcançava cifras notáveis.

Os fatores dessa saída foram vários, sendo principalmente por motivos sócio-econômicos, seguido de razões políticas e pessoais. Nos primeiras anos, 80% dos emigrantes partiam do Norte da Itália.

O fênomeno emigratório só chegou ao Sul da Itália no início do século XX, e esse passou a dominar a fonte de saídas.

A emigração trans-oceânica passou a predominar neste momento, tendo os italianos três destinos principais: os Estados Unidos, a Argentina e o Brasil. O Brasil absorveu a maior parte dos imigrantes italianos nos primeiros anos, sendo superado pela Argentina nos últimos anos do século XIX e os EUA tornaram-se o maior receptor de italianos no início do século XX.

O governo italiano nada fazia pelos emigrantes, que partiam à própria sorte e muitas vezes caíam em propagandas enganosas de emprego fácil para onde emigravam.

A emigração só foi regulamentada em 1888, quando o governo passou a dar apoio àqueles que quisessem emigrar, porém, não lhes prestava nenhuma assistência se algo desse errado. O governo percebeu que a emigração era algo lucrativo: os emigrantes vendiam tudo o que tinham na Itália e mandavam dinheiro para os parentes que ficaram.
Além disso, o governo estava se livrando de uma grande massa de camponeses e desempregados.

A maciça emigração italiana ocorreu até 1914. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, o número de emigrantes italianos sofreu um processo de baixa, até a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Após as duas guerras, a Itália estava destruída e precisava de braços para reeguer o país, fazendo com que a emigração se tornasse pouco expressiva.

Os italianos, como todos os demais imigrantes, deixaram seu país basicamente por motivos econômicos e sócio-culturais. A emigração, que era muito praticada na Europa, aliviava os países de pressões sócio-econômicas, além de alimentá-los com um fluxo de renda vindo do exterior, em nada desprezível, pois era comum que imigrantes enviassem economias para os parentes que haviam ficado.

No caso específico da Itália, depois de um longo período de mais de 20 anos de lutas para a unificação do país, sua população, particularmente a rural e mais pobre, tinha dificuldade de sobreviver seja nas pequenas propriedades que possuía ou onde simplesmente trabalhava, seja nas cidades, para onde se deslocava em busca de trabalho.

Nessas condições, portanto, a emigração era não só estimulada pelo governo, como era, também, uma solução de sobrevivência para as famílias. Assim, é possível entender a saída de cerca de 7 milhões de italianos no período compreendido entre 1860 e 1920.

A imigração subvencionada se estendeu de 1870 a 1930 e visava a estimular a vinda de imigrantes: as passagens eram financiadas, bem como alojamento e o trabalho inicial no campo ou na lavoura. Os imigrantes se comprometiam com contratos que estabeleciam não só o local para onde se dirigiriam, como igualmente as condições de trabalho a que se submeteriam.

Como a imigração subvencionada estimulava a vinda de famílias, e não de indivíduos isolados, nesse período chegavam famílias numerosas, de cerca de uma dúzia de pessoas, e integradas por homens, mulheres e crianças de mais de uma geração.



IMIGRAÇÃO SUBVENCIONADA



Facilitação ou concessão de auxílio em dinheiro para a compra de passagens de imigrantes e para sua instalação inicial no país. Aprovada em 1871, logo após a Lei do Ventre Livre, foi, inicialmente, uma iniciativa de fazendeiros. No decorrer do tempo, entretanto, a participação destes foi sendo transferida cada vez mais para os governos, provinciais e imperial, até 1889, e posteriormente estaduais e federal.

(IBGE, 2007).

2 Comentários:

rita disse...

estou a procura do me bisavô, alesandro scaramuzzi.

Anônimo disse...

otimo conteudo

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